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Brasil

28/12/2016

Não foi crime de homofobia, afirma advogado de agressores de ambulante

Não foi crime de homofobia, afirma advogado de agressores de ambulante

O advogado Marcolino Nunes Pinho, defensor dos dois homens que espancaram até a morte do ambulante Luiz Carlos Ruas, 54, disse que eles não vão se apresentar à polícia. "Eles não vão se entregar não, por enquanto", disse nesta terça (27).

Ainda segundo o defensor, ele vai tentar revogar a prisão temporária decretada pela Justiça de São Paulo antes de decidir a situação dos dois.

Pinho afirmou que não se trata de um caso de homofobia. Disse que seus clientes alegam que partiram para briga naquela noite porque Alípio dos Santos, 26, teve o celular roubado por um grupo de pessoas do lado de fora da estação Pedro 2°, da linha 3-vermelha do Metrô paulista, entre elas uma travesti, onde as câmeras do Metrô não conseguem captar.

Ainda segundo a defesa, os dois agrediram Ruas porque o vendedor também teria se envolvido na briga. "O senhor Luiz Ruas foi tentar ajudar os travestis, que ele conhecia, e deu uma garrafada na cabeça do Alípio. Aí, ficou nervoso porque tomou a garrafada e foi para cima dele. Ele disse que nem entendeu porque aquele senhor se envolveu na confusão", disse o advogado.

Pinho afirmou ainda que fotografias das lesões sofridas por Alípio dos Santos estão sendo anexadas no pedido de revogação da prisão. "Se você perceber nas imagens, ele [Alípio] está sangrando bastante. Está bastante lesionado. Na boca, no joelho, nos braços, na barriga. Uma pessoa que só bate não teria essas lesões todas", afirmou.

A família de Ruas será assessorada pelo advogado Augusto de Arruda Botelho, importante criminalista de São Paulo. Botelho trabalhará para a família sem cobrança de honorário e será assistente de acusação.

"Estou muito revoltado com essa história. Dentro dos limites da lei, os crimes de intolerância precisam ser severamente punidos", afirmou o advogado.

MANIFESTAÇÃO

Cerca de cem pessoas, entre elas de defesa da causa LGBT, compareceram no início da tarde desta terça (27) para um protesto na estação Pedro 2º. Convocada pelas redes sociais pelo jovem Bruno Diego Alves, 25, a manifestação pediu mais segurança aos usuários do sistema metroviário de São Paulo e o fim da homofobia.

"Espero que fique de exemplo, para que a morte do Luiz Carlos Ruas não se repita. Pagamos imposto caro, tarifa alta, e não temos segurança ao usar o metrô. Dinheiro tem, o que falta é vontade", criticou.

RECOMPENSA

A Secretaria de Segurança Pública divulgou que vai dar uma recompensa de R$ 50 mil para quem ajudar com informações que levem à prisão dos dois acusados de matar o ambulante Luiz Carlos Ruas.

A resolução sobre a gratificação sai no Diário Oficial desta quarta (28).

Os dois são considerados foragidos e responderão por homicídio qualificado e pela agressão às duas travestis.

Fonte: GOIOERÊ | CIDADE PORTAL | MASSA NEWS

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