Criogenia

Pr. Pedro R. Artigas

Estamos na parte final do período chamado Quaresma, que lembra o tempo de Jesus no deserto para ser tentado pelo Diabo. Após este tempo teremos então a sexta feira da Paixão, e a mais importante festa do calendário cristão a RESSURREIÇÃO de Cristo. Não é reencarnação, ou aparição de algum espectro espiritual. E isso me lembra um programa que assisti na televisão paga, que falava do mais atual processo de conservação da “vida em suspensão”, em outras palavras da criogenia. Esse assunto hoje com a Pandemia suscita interesse, pois poderíamos conservar as pessoas doentes, como alguns muito ricos já fazem com parentes com câncer ainda não curáveis.

E no programa uma filha diz que atendendo um pedido do pai vem mantendo congelado, por enquanto com gelo seco, o corpo de seu pai. Seu gasto é elevadíssimo. Manter um corpo em estado de congelamento profundo com Nitrogênio, ato que só é feito nos Estados Unidos com gastos não baixos é desconhecer a razão da vida.

A criogenia é o procedimento de manter o corpo humano congelado a temperaturas muito baixas, algo em torno de -300°C. Para congelar a essa temperatura é necessário primeiro retirar todo sangue do corpo da pessoa e injetar no lugar um liquido que irá fazer com que não haja alteração do tecido nervoso e nem dos músculos da pessoa. Também mesmo não havendo comprovação, dizem os profissionais desse tratamento, que esse líquido conserva o cérebro intacto. É curioso, pois ao morrer o primeiro que morre em nosso corpo é o cérebro. Ele não pode ficar mais de cinco minutos sem oxigênio. Sua constituição é frágil, seus ligamentos são igualmente frágeis, não há possibilidade de continuar vivo após ser congelado a 300°C negativos.

A ciência séria sabe que além do sangue é preciso água para que nosso cérebro possa funcionar normalmente. Se congelarmos, a água será também congelada então o líquido dentro do cérebro quando for descongelado não o protegerá dos cristais da água e ele estará sujeito a inchar e a morrer pelos cristais.

É uma forma perversa de se ganhar dinheiro. Ao convencer uma pessoa que poderá ser descongelada no futuro, é mentir aos familiares que deverão pagar pelo “tratamento”, e é uma fraude contra a pessoa.

Olhando para o texto bíblico, este ato contraria a palavra de Deus que nos ensina que é dado ao homem morrer uma vez, como está escrito na carta aos Hebreus, capítulo 9, versículo 27: “e, como aos homens está ordenado morrer uma só vez, vindo depois disso o juízo”.

Olhando por esse prisma é importante ressaltar que nada irá fazer com que o homem volte a vida após ter morrido, a não ser que tenha morrido sob o amor de Cristo, e sob esta ótica, sua volta a vida não será mecânica ou médica, mas pelo poder de Deus, não importando o tempo que esteja morto.

Mas voltando a criogenia, vamos imaginar que seja possível dentro de muitos séculos à frente o retorno à vida dessas pessoas, como irão se movimentar se não terão cérebros para coordenar suas ações? Se hoje discutimos a respeito dos anencéfalos, crianças que nascem sem cérebros e não conseguem viver mais que poucas horas após nascidos, como viverão os anencéfalos descongelados?

Creio que as pessoas ao invés de se deixarem iludir por esses espertalhões procurassem conhecer e aplicar as Palavras do Senhor em suas vidas, teriam muito mais alegria e viveriam não na esperança vã de um futuro sem referência, mas na esperança de poderem viver a realidade da fé na vida eterna na presença de Deus.

O homem atual apesar de muito mais inteligente que nossos antepassados, mas é muito mais frágil e inocente frente a simplicidade da vida.  Acredita em tudo que lhe pareça crível, mas tem por dificuldade crer no Testamento deixado por Deus para nossa vida verdadeira.

Deixe as fábulas e venha para Jesus que tem a vida verdadeira para nós. Shalon.