Por que não comemorar o Natal?

Pr. Pedro R. Artigas

Existe hoje uma corrente entre os cristãos que não comemoram o nascimento de Cristo por afirmarem que se trata de uma data fictícia e não cristã. Afirmam que por não saberem a real data de nascimento de Jesus preferem não comemorar uma festa irreal e em data dedicada a outro deus.

Mas aí me veio uma dúvida, se essas pessoas que não comemoram por se tratar de uma outra divindade como se comportam então com os meses do ano em que cada mês é dedicado a um deus ou a um rei romano.

Se não vejamos: Janeiro - Homenagem ao deus romano Jano (Janus, em latim), o deus da mudança (dos começos e dos fins), com duas faces, olhando em direções opostas, uma para a guerra outra para a paz, uma para o passado (fim do ano) outra para o futuro (ano novo).

Fevereiro - Mês dedicado ao deus da purificação dos mortos, Februa, a quem os romanos ofereciam sacrifícios para expiar as faltas cometidas durante todo o ano. Março - Homenagem a Marte (Martius), deus da guerra. Abril - Há duas versões: A primeira baseia-se em uma comemoração sagrada: aprilis, feita em homenagem a Vênus, deusa do amor. A segunda versão viria de aperire (abrir, em latim), referência ao período de abertura das flores, no hemisfério norte, início da primavera, também das plantações com o final do inverno. Maio - Nome baseado em comemorações que honravam duas deusas romanas identificadas com a primavera e com o crescimento de plantas e flores, Maia e Flora. Junho - Homenagem à deusa Juno, protetora das mulheres e da maternidade. Outra versão diz que deriva do nome de um clã romano chamado Junius.

A partir de agora teremos os nomes de dois reis romanos: Julho - No primeiro calendário romano, era chamado de quintilis, por ser o quinto mês do ano. Em 44 a. C., foi rebatizado em homenagem ao grande líder romano Júlio César, que fora assassinado. Agosto - Por representar o sexto mês do ano no antigo calendário romano, recebia o nome de sextilis. Também foi rebatizado para homenagear outro grande líder, Augusto, que se tornou o primeiro imperador romano.

Agora sim teremos os meses em numerais: Setembro - Do latim septem (sete), o sétimo mês, antes do calendário de Numa Pumpílio. Outubro - Do latim octo (oito), o oitavo mês. Novembro - Do latim nove, o nono mês. Dezembro - Do latim decem, o décimo mês.

Se fiz as contas certas teremos então 6 meses, com homenagens a deuses romanos, dois em nome de reis ou imperadores romanos e somente os quatro últimos em numerais correspondentes aos meses romanos. Não podemos nos esquecer que o ano romano começava em março e terminava em dezembro, e foi modificado por Numa Pumpílio (700 a.C- 673 a.C.), o segundo rei de Roma, que introduziu mais dois meses no calendário.

Então fica uma pergunta, se não comemoro o Natal por ser em data desconhecida e dedicada a outro deus, no caso o deus sol, como eu trabalho com os meses? Não os conto e faço de conta que não existem?

Comemorar o Natal não é hipocrisia, é lembrança e confirmação de nossa fé no Deus que se fez homem para nos devolver a vida que o pecado nos tirou. Se não o comemoro, por que comemoro a minha data de nascimento? Só porque sei quando nasci? Mas e o mês? Serei dedicado àquele deus cujo nome é o detentor do mês?

Deixemos de obedecer a leis que os homens nos impõem no mundo espiritual, e passemos a obedecer a Lei Suprema do Criador através de sua palavra, o mesmo acontece com o momento da Ceia, a palavra é clara, “fazei isto em memória de mim todas as vezes que vos reunirdes”. Criamos doutrinas (ensino) sobre a palavra ensinada, e nos esquecemos da doutrina (ensino) maior ensinado pelo mestre. FELIZ ANO NOVO. Shalom.